Hitler de Shigeru Mizuki - A Biografia em Mangá


Já li umas duas biografias e meia de Hitler (uma delas - a mais famosa - eram em dois tomos e acabei lendo apenas um), além de livros sobre a ascenção do Terceiro Reich. Li um outro que englobava os três ditadores dessa época, Hitler, Mussolini e Stálin. E, sempre, mesmo já sabendo mais ou menos a História, sempre me surpreendo com a sequência de acontecimentos que levaram Hitler ao poder. 

De aspirante à artista plástico, desejando ser um grande pintor e chegando a praticamente indigente, até o ditador que mais dano causou ao mundo, ao inciar uma Segunda Guerra Mundial, além de  engendrar o genocídio de judeus, na tentativa de eliminá-los da face da Terra. Um homem que fez do ódio e do racismo a sua grande forma de "arte". Além, claro, da ganância pelo poder, que o cegou, sendo ele mesmo seu próprio inimigo, como acontece com a maioria dos ditadores. 

Apesar de o mangá de Shigeru Mizuki (autor de Nonnonba e Marcha Para a Morte, também da Devir), começar mostrando cenas de judeus em campos de concentração, esta biografia em mangá não se atém a esse fato histórico e sim à biografia de Adolf Hitler em si. Em suas 288 páginas Shiheru faz um resumo perfeito da vida do ditador, o que torna a obra praticamente uma Biografia de Hitler Para Quem Tem Pressa. Porém, ainda assim, muito detalhista, começando com suas decepções com a tentativa de ser um artista, um pintor, indo até seu (SPOILER) suícidio no bunker. 


Apesar de ser uma história razoavelmente conhecida pela maioria, quem nunca leu uma biografia vai póder saber mais detalhes da vida de Hitler e quem já leu, vai poder acompanhar a arte de Shigeru, que é bem diferente daquela da maioria dos mangakás, mais cartunesca, deixando Hitler bem mais próximo do que ele realmentre era, uma pessoa que beirava o ridículo. 

Outro motivo para se ler, é par não esquecermos de como agem ditadores e aqueles que tem essa pretensão. Mentindo, burlando a política, usando a democracia para destruí-la e conseguir seus intentos. No fim das contas, não se trata de querer o bem de seu país ou de elevar seu povo a um status melhor, uma vida melhor. Nada disso. Se trata de sede de poder, de egocentrismo, de colocar seu nome na História, mesmo que seja pisando em cadáveres de inocentes, muito inocentes. Hitler, assim como seus contemporâneos mais famosos, Stálin e seu parça, Mussolini, não foram diferentes, pois o modus operandi é o mesmo desde sempre. 

Hoje em dia a Alemanha, que foi o berço do nazismo sente vergonha desse passado e ensina seus jovens o perigo do nacionalismo fanático e  do fascimo. Porém, o nazismo ainda é o refúgio de muitos racistas e fascistas em todo o mundo, inclusive - infelizmente - no Brasil. A ideologia nazista está aí para abrigar pessoas pequenas que se sentem grandes dentro de seu ódio, racismo e xenofobia, que são, em última instância, os ensinamentos básicos deste espectro político. Não há nada de construtivo, apenas de destrutivo, começando - assim como foi com Hitler - com a destruição da própria alma da pessoa. 


Comentários