Os 10 Scans Mais Importantes Para Mim

 


Como já disse, o blog foi fundado em 21 de novembro de 2002, mas ele só se tornou conhecido a partir de janeiro de 2003, por causa dos scans. O primeiro scan não foi a HQ do Deadpool que deu origem a tudo e, como já fazem 21 anos, não lembro com exatidão qual foi o primeiro. Porém, tenho uma memória afeitiva sobre qual foi: CAMELOT 3000. 

Para conseguir material para escanear, eu acabei descobrindo um sebo na Tijuca, chamado Gibimania. Preciso explicar que eu estava caçando quadrinhos porque eu não tinha quase nada de gibis naquela época. Eu tinha voltado a ler em 1997, mas em 2002 eu ainda não tinha voltado à carga total. E eu queria material importante, e acabei achando Camelot 3000. Era a minissérie em quatro edições, em formatinho lançada pela Editora Abril. 

Considero o primeiro título escaneado principalmente por lembrar de postar, o pessoal baixar e alguem me dizer: - Você precisa dar cttrl + shift + L para limpar a imagem, no Photoshop que, aliás, era outra coisa que eu NUNCA havia usado em toda minha vida. E eu fiz. Fiquei chocado em como o amarelado das páginas diminui bastante. Era ali, o início de um aprendizado de 20 anos sobre edição de imagens de quadrinhos, onde tive a ajuda de dezenas de pessoas. Então, dá pra perceber que Camelot 3000 é o primeiro scan marcante para mim. A lista não é sobre melhor ou pior, mas apenas sobre aqueles que eu mais gostei de fazer porque eram importantes para mim. 


1 - CAMELOT 3000 - Foi uma HQ que me marcou muito. Até mais do que Watchmen ou Cavaleiro das Trevas. Os desenhos, a história, a ousadia, tudo. E até hoje eu a prezo muito. Então eu queria poder compartilhar com todo mundo e foi praticamente a que inaugurou a fase de quadrinhos digitalizados do RA. Eu li todos os capítulos que saíram primeiro na revista do Batman e na Supermigos. Na época não fazíamos ideia das cenas cortadas e alteradas. A minissérie saiu em 1988 em formatinho, ainda com os cortes e somente em 2005 saíria uma edição encadernada, formato americano, sem os cortes, pela Mythos e em 2010 uma edição mais luxuosa, pela Panini. 

2 - PREACHER: Minhas caminhadas pelas comic shops, que eram novidade para mim, me levaram à Ipanema, sim, o da Garota, onde encontrei uma loja bem mais organizada que a Gibimania, era a Point HQ. Lá eu vi uns quadtinhos estranhos, que eu nunca tinha visto em bancas. Lobo, 100 Balas, Hellblazer, Transmetropolitan e... Preacher. Na hora não peguei nenhum, os preços eram exorbitantes, pois eram quadrinhos de várias editoras pequenas, que só distribuíam em comic shops, e nem havia lojas on line na época, pelo menos não que eu saiba. Mas eu fiquei intrigado com aqueles títulos. Então recebi alguns números de Preacher de colaboradores do blog... e li... e queria mais. Só que não havia mais, a editora havia cancelado a publicação. Então foram alguns anos de escanear números perdidos, traduzir números que não sairam aqui, até completar os 66 números, sem contar os especiais. Pra se ter uma ideia da loucura que era a publicação de Preacher, as editoras Metal Pesado, Atitude, Tudo em Quadrinhos, Brainstore, Devir e Pixel Media publicaram partes da saga, mas nunca chegavam nem perto de completar. Então, com scans e traduções nós completamos a série. E, em 2010, a Panini lançou a coleção completa em 9 edições de luxo que terminaram em 2014. 

3 - AKIRA - Ah, lembrando que não está em ordem cronológica, minha memória não é tão boa assim. Eu havia tentado algumas vezes escanear Akira, mas era complexo demais conseguir as edições. Para piorar era um material envelhecido, lançado na década de 90, o que tornava "limpar" bem complicado. Então eu acabava desistindo. Até que um dia um leitor do RA me ofereceu a coleção completa para eu digitalizar e assim o fiz. As edições estavam bem conservadas e tornou bem mais fácil o trabalho. Foi um dos primeiros mangás publicados por aqui, mas numa versão colorida feita pelos gringos. Se passarm longos 20 anos até Akira ser publicado novamente no Brasil, pela JBC, agora no formato original, com leitura de trás pra frente e em preto e branco. 

4 - MOONSHADOW - Um dos ganhos mais excepcionais que tive com os scans foi o fato de expandir meu universo de leitura de quadrinhos que era muito fechado nos super-heróis. Procurando o que postar eu acabei encontrando maravilhas por aí. Uma dessas foi Moonshadow. Essa também foi na Gibimania que achei. Um encadernado da editora Globo, compilando as 12 ediçoes que haviam sido publicadas separadas antes. Era algo maravilhoso, com arte pintada de Jon J. Muth para o roteiro de J. M. DeMatteis. Eu li e depois digitalizei. Nesta época eu estava experimentando novas técnicas no Photoshop e fiz algo que, tempos depois, eu veria que estragou a arte. Assim, eu ainda digitalizaria Moonshadow mais duas vezes. Uma edição caprichada da saga só sairia em 2019, pela editora Pipoca e Nanquim, e incluía uma história curta, nunca publicada por aqui. 


5 - PLANETARY - Nos primórdios do RA comprei algumas HQs em banca também, claro. Mas, eu não sabia ainda como estava caótico o mercado de quadrinhos por aqui. Daí que comprei um gibi curioso que era em formato flip, ou seja, dois títulos em um, sendo que você tinha que girar para ler o outro. Os dois títulos eram Planetary e The Authority. Duas HQs que eu não conhecia. Os dois títulos me empolgaram muito, mas foi Planetary me conquistou de maneira absoluta. Se esta lista fosse das melhores HQs, ela estaria em primeiro. Sim, isso mesmo, na frente de Warchmen até. Porém, eis que a editora Pandora, que publicava, cancelou os títulos depois de 4 edições. Eu fiquei órfão, pois não havia a mínima chance de que alguém publicasse aquilo tão cedo. Então, só havia um jeito, fazer algo completamente novo para mim: traduzir os números seguintes. E foi uma odisséia, do mesmo jeito que Preacher. Mas, eu não fiz todos os 27 números. Planetary levou nada mais, nada menos que dez anos para ser publicada, pois Warren Ellis e John Cassaday, os autores, tinham outros projetos e Planetary ia ficando pra depois. Assim, eu acabei me perdendo dela e outros grupos de tradução terminaram. Depois das tentivas da Pandora, Pixel e Devir de publicarem todo o material, isso só aconteceria em 2013, em quatro encadernados e depois em dois volumes, todos pela Panini. 

6 - THE AUTHORITY - Claro, como puderam ver, The Authority também se escafedeu junto com Planetary e como íamos fazer um, fizemos também o outro. Novamente não fizemos tudo, mas concluímos pelo menos os dois primeiros arcos, que foram os melhores. Novamente Warren Ellis, agora com a ajuda de Bryan Hitch e Frank Quitely, fazia história criando um grupo de super-heróis que elevava à teceira potência a tendência dos heróis impiedosos, que não prendiam vilões que escapariam dali a alguns dias, eles matavam. Pena que, diferente de Planetary que teve começo meio e fim, The Authority continuou e continuou até ficar aquém da sua proposta inicial. 


7 - SUPREMO de ALAN MOORE - Um dia eu estava na Comic Shop e vi um encadernado de um personagem que eu não conhecia, Supremo, escrito por Alan Moore. Comprei e fui folheando no ônibus. Mas, fui me desanimando. Não com a história, mas com a qualidade da edição, muito ruim. Mesmo sendo do mestre, eu não quis comprar os outros dois números que sairam depois. Nem mesmo li a que estava comigo. O que fiz? Sem opção eu fui ler os scans em espanhol e, sim, li toda a saga. Em espanhol porque meu inglês é péssimo. Como a era bem extensa com muito texto, não consegui ânimo para traduzir, ou mesmo para usar as que foram publicadas e copiar o texto. Seria trabalhoso demais. Isso foi em 2003. No entanto, quatro anos depois a Devir publicaria, agora em 4 volumes, toda essa saga de Supremo escrita por Alan Moore. Supremo é um personagem criado por Rob Liefeld que, depois de aventuras bem genéricas, teve Alan Moore como escritor e ele usou o personagem para contar a história do Superman que ele sempre quis, e ficou ótimo. Coisas do Mago Supremo. 

8 - WATCHMEN - Se fosse em ordem cronológica esta estaria mais para o começo, pois foi um dos primeiros scans também, mesmo que bem depois de Camelot 3000. Essa maxissérie, da qual não há mais nada o que dizer, que já não tenha sido dito, foi publicada por aqui a primeira vez em 1988 em 6 edições - duas por edição - e depois em 1989 como encadernado. Daí, apenas em 1999 seria republicada agora como no original, em 12 edições, todas pela Editora Abril. Foi a esta última que eu tive acesso para digitalizar, por meio de um conhecido que tinha um fórum de scans, Eu já havia lido a série em 88 e a reli de novo em 2003 e, claro, era uma nova experiência e, a cada vez que eu leio, essa nova experiência se repete, mesmo que já tenham feito filme e tudo mais. Alan Moore e Dave Gibbons mexeram com os alicerces dos quadrinhos com algo que ficou maior do que eles mesmos. Em 2005 a Via Lettera republicaria em quatro volumes e a edição definitiva chegaria em 2009, pela Panini, que já a republicou neste formato por mais três vezes, para a alegria do fãs. 


9 - MARVELS - Essa foi, basicamente, a primeiríssima de todas as HQs que eu baixei na internet, via o saudoso Toca do Carcaju. Baixei página... por... página. E li, e me surpreendi. Era o ano de 2002, e eu estava lendo poucos quadrinhos ainda, pois em em 1990, eu havia parado totalmente, retornando apenas em 1997, por questões de estar em uma seita. Então a retomada foi bem lenta. A minissérie de Kurt Busiek e Alex Ross tinha sido publicada dois anos antes de eu sair na tal seita. Mas, não saí por aí tentando recuperar o tempo perdido. Eu estava enferrujado,, e foi o site Toca do Carcaju que me desenferrujou. As quatro edições também foi um dos primeiros scans que refizemos, substituindo a versao do Toca do Carcaju.. Em 2001 a Pandora lançou uma HQ de 36 páginas com uma introdução que não havia sido publicada antes. Mas, em 2005 ela seria incluída no encadernado publicado pela Panini e a saga já foi republicada em 2010, 2017 e 2021. Por quê? Porque sim!

10 - O REINO DO AMANHÃ - Sim, mais Alex Ross, numa HQ que superou Marvels em sabe-se lá quantos por cento. Algo tão histórico quanto Watchmen, sendo ela mesma uma cria da HQ de Alan Moore, onde, no futuro os heróis tradicionais se tornaram obsoletos e uma nova geração, mais violenta, tomou o seu lugar. Porém, uma tragédia indescritível vai fazer esses dois grupos entrarem em conflito. Ela foi publicada aqui no Brasil em 1997, ou seja, no ano que eu saí das Testemunhas de Jeová, e uma das primeiras coisas que li assim que saí. Foi bem simbólico já que O Reino do Amanhã é adaptação do título  Kingdom Come, que é uma parte do Pai Nosso, "venha a nós o vosso reino". Em 1998 teve encadernado, ainda pela Abril, depois só em 2004, em encadernado pela Panini, assim como a edição definitiva em 2013 e 2017 e a edição absoluta (encadernado gigante, com estojo) em 2022, que eu... tenho!


E é isso. Claro que existem muitos outros, afinal são 21 anos, e eu ficaria aqui o resto da vida falando deles. Deve ter até alguns mais importantes do que estes aí, mas estes são os que mais estão cravados em minha memória. O post foi uma sugestão do amigo Nano Falcão. 


Comentários

  1. E eis minha curiosidade saciada, ahah. Mas quem é escaneador curte esses detalhes de produção. Legal também pra lembrar se baixei essas scans e quando.

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