Planetary #1 - Este é um Mundo Estranho...

 


Planetary nasceu, originalmente em abril de 1999. Este primeiro número só viria a ser publicado aqui no Brasil em maio de 2003, quatro anos depois. A equipe permaneceu a mesma durante as 27 edições: Warren Ellis nos roteiros, John Cassaday nas artes, e Laura Martin nas cores. Foram lançados também três crossovers em que os ilustradores foram outros, com excessão do crossover com o Batman, pois John Cassaday foi quem o ilustrou.

O conceito de Planetary era o de que eles eram arqueólogos do impossível, eles rastreavam a história do século XX, sendo que, por esse motivo, cada edição fazia referência a vários temas e personagens da cultura pop do século passado. Apesar da história ser publicada já no século XXI, o foco eram os acontecimentos ficcionais do século XX. 

O grupo é composto por Jakita Wagner, que tem grande força, pelo Baterista, que conversa com computadores e o novato Elijah Snow, que é recrutado para entrar no lugar de um integrante anterior, dado como morto. Snow controla o frio. O fundador do grupo é um homem misterioso que se denomina O Quarto Homem. 

Apesar deste ser  o número #1, Planetary teve um preview que só apareceria nos encadernados da Panini. A referência dele é bem explícita: o trio vai investigar um experimento que deu errado, tranformando um homem em um monstro, e querem saber o que aconteceu com ele. São 8 páginas que vale por muita megassaga que vemos por aí. 

Neste primeiro número, o trio precisa ir para as montanhas Adirondacks (que nome maneiro), para encontrar um homem desaparecido desde 1945, chamado Doc Brass. Ele, assim como muitos outros dentro do universo de Planetary/Wildstorm, nascerem em 1o. de janeiro de 1900, são homens e mulheres do século. Quando entram numa das cavernas das montanhas encontram um Doc Brass debilitado, montando guarda sob um portal interdimensional, para que não saia mais nada dali.  O homem relata como seu grupo construiu aquele portal na intenção de melhorar o mundo e como foi o começo de um sonho, e como deu tudo errado. 

Este primeiro número é uma grande homenagem às pulp fictions, literatura que antecedeu os quadrinhos e que tinha esse nome por causa do papel que era feito de uma polpa (pulp) barata, o que deixava as ediçoes acessíveis a todos. Ali foi espécie de prequel dos quadrinhos que viriam e tomariam seu lugar. Grandes personagens nasceram e morreram neste tipo de literatura. 


Doc Brass é ele mesmo uma referência a Doc Savage, o Homem de Bronze (Brass) e este de vez em quando aparece nos quadrinhos atuais. Outros integrantes são o Spider, uma referência ao Sombra, também nascido nos pulps; Lord Blackstock, em que podemos enxergar claramente Tarzan; temos também Edison, baseado num herói inventor chamado Tom Swift, não tão conhecido por aqui; o Aviador é baseado em dois personagens pulps chamados G-8 e Biggles; há ainda o agente do governo Jimmy, uma referência ao Operador No. 5; e finalmente temos Hark, uma bela referência ao bem conhecido Fu Manchu. Alguns destes retornarão em edições próximas, assim como Doc Brass. 



Os acontecimentos seguintes contém SPOILERS desta edição:

O grupo criou o portal dimensional, que tem o formato de um floco de neve cintilante, nos indicando que há algo ali sobre a Teoria do Caos, que permeia toda a série. Porém, as coisa saíram totalmente fora do controle e é nesta cena crucial da edição #1 que Warren Ellis mostra toda sua genialidade na forma de uma única imagem. 

Inesperadamente criaturas de outra dimensão invadem a sala do grupo e tomam de assalto o lugar, matando a todos, sobrando somente Doc Brass vivo depois de toda aquela batalha. Podemos ver que são seres em uniformes colantes, muito parecidos com os super-heróis que conhecemos. Eles atacam os heróis pulps para tomar seu lugar, exatamente como aconteceu na vida real, onde os super-heróis chegaram em 1938, e tomaram o lugar das publicações pulp fiction, fazendo com que elas sumissem para sempre. 

O trio leva Doc Brass para ter cuidados médicos e, ao saírem da caverna, olham para o horizonte e Elijah Snow diz para Jakira Wagner:
- É um mundo estranho - ao que ela responde
- Vamos mantê-lo assim.

P. S.: Vou tentar fazer um review de cada um dos 27 números e dos crossovers. Vamos ver se consigo.

O ataque interdimensional

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