Scans - A Tese de Doutorado

Para baixar a tese de dourado sobre

scans, em PDF, clique AQUI

(Com autorização do autor)

Em novembro próximo o blog completará anos de existência. O impacto dele na minha vida foi muito grande, assim como o impacto dos scans, que viriam em seguida. Mas, na época eu não fazia a mínima ideia disso. Para mim eu estava apenas compartilhando algo que gosto e nada mais. Mesmo passado todo esse tempo, ainda é difícil para mim entender que tudo isso se tornou muito maior do que eu. 

Quando comecei a compartilhar HQs eu mal sabia o que era um scan. Fui aprendendo conforme fui fazendo. Não era algo pensado, planejado, era apenas uma vontade, um querer. Isso contagiou outras pessoas, e essas pessoas contagiaram outras. Logo se tornou uma epidemia. 

Os scans já existiam. Creio que até em uma quantidade razoavelmente grande. Porém, estavam todos restritos a pequenos grupos. Nas primeiras dificuldades muitos quiseram que eu também fechasse o blog para alguns poucos. Não conseguia me conformar com aquilo, pois a ideia de compartilhamento era que fosse algo para todos, algo amplo, algo que fosse acessível. 

O trabalho que dava digitalizar era grande demais para que apenas algumas poucas pessoas pudessem usufruir. Não queria panelinhas. E isso acabou por expandir essa mania, mesmo que eu nem soubesse disso. Quando tive que parar por um tempo, outros continuaram, e continuam até hoje. Eu mesmo me beneficiei do trabalho do outros. 

E tudo isso porque e encontrei um pequeno site, escondido, chamado Toca do Carcaju, que postava as páginas digitalizadas uma a uma, de HQs que eu não tinha lido ainda. Até que ele teve que parar. Meses depois eu lembraria dele quando alguém me pediu para escanear uma página de um gibi que eu tinha. Uma única página. 

Com tudo isso, eu ainda não absorvia tudo que acontece estes anos todos. Creio que seja uma espécie de sistema de auto-defesa, para não ficar doido. Porém, estava eu ontem navegado e procurando posts no blog que foi derrubado (em cachê), quando me deparei com algo realmente singular: uma tese de doutorado... sobre scans.

Fiquei meio confuso com o que estava vendo e pensei que fossem apenas algumas páginas e, quando me dei conta, eram 193 páginas de pesquisa sobre os scans, seu impacto e metodologia, sobre os grupos que os distribuem, incluindo o Rapadura Açucarada. Incrivelmente isso já existia desde 2015. 

Alexandre Honório da Silva fez um trabalho que considero, no mínimo, inédito, pelo menos tão detalhado assim. Fiquei extremamente emocionado, pois parece inclusive que deixei para descobrir agora, neste momento de censura velada - ou não tão velada assim - que assola o país. É algo que faz com que eu sinta que vale a pena lutar, mesmo que seja para cair, e levantar novamente. 

Ainda vou ler com calma, mas não podia esperar pra compartilhar com vocês este achado. Então, não deixem de ler:

SCANS E O ENTORNO HIPERTECNOLÓGICO E MIDIÁTICO-COLABORATIVO DE UM ARTEFATO CULTURAL EXPANDIDO.