A Síndrome de Jean Grey


A primeira vez que Jean Grey morreu foi em 1976, em X-Men #100. Uma morte breve, pois estaria de volta na edição seguinte, porém, o detalhe de seu retorno é que marcaria sua vida (e mortes) dali para a frente: ela agora não era mais a Garota Marvel, era a Fênix. Ou seja, aquela que ressurge das cinzas. Com a Saga da Fênix Negra, Claremont e Byrne deixaram os fãs impactados com a morte da heroína que tinha se tronado uma vilã genocida, tendo, portanto, que pagar por seus crimes... com a morte. 

Mas, para, a morte que mais me traumatizaria seria de Barry Allen, o segundo Flash. Apesar de ser um fã notório do Superman, eu era um fã subjetivo de Barry Allen. Não era exatamente do herói Flash, mas do próprio Barry Allen, um cara comum, que ganhou superpoderes e, quando não estava sendo super-herói, ainda era um cara comum, mesmo que fosse um cientista. Allen gerava empatia. E, talvez não tenha sido à toa que ele morreu de forma tão emblemática, deixando claro que ele era um personagem grandioso. Eu era apenas um garoto e, lendo aquelas páginas, vendo aquelas cenas dele correndo desesperadamente para salvar universos, até se desintegrar, em uma cena aterrorizante e triste, fiquei desolado. Perdia um amigo. 


Outro personagem por quem eu tinha um certo apreço era Hal Jordan, mas não acompanhei sua morte. Porém, vimos que o desenrolar dos fatos que levaram a ela não foram tão heroicos quanto os que levaram à morte de Barry Allen. Hal Jordan enlouquece com a destruição de sua cidade, se tornaa um criminoso genocida (Fênix Negra?) chamado Parallax, se redime no final e morre. 

Aliás, os percalços de Hal Jordan começa durante os eventos da morte do maior super-herói de todos os tempos: Chapolin Col... quer dizer, Superman. Pois é durante a saga de sua morte e ressurreição que Coast City é destruída, como uma espécie de efeito colateral. 

A morte de Superman foi algo muito bem planejado pelos editores da DC. Não poderia ser uma daquelas mortes aparentes, nem de um androide, nem de um clone, nem sonho, nada disso. Ele teria que morrer MESMO! E ficar morto. Pelo menos por um tempo, ou seja, o tempo de arrecadar muita grama com o evento. 

A morte do Homem de Aço foi quase como uma dessas muitas sagas que DC e Marvel lançam todo mês. Abarcou todas os título da editora, criou novos personagens - como Aço e um clone do Superman, o novo Superboy, entre outros - incluindo, é claro, do supervilão inédito que o mataria, Apocalipse. A saga incluiu o funeral e a - óbvia - ressurreição do personagem, que é o ponto chave desta matéria.


Personagens emblemáticos, que são a marca de uma editora grande como a DC ou da Marvel, como Superman, Homem-Aranha, Batman, Capitão América,  não ficam mortos por muito tempo. Sempre voltarão, envoltos em explicações mirabolantes, que nem sempre são fáceis de engolir. Mesmo alguns personagens não tão importantes assim, acabam voltando porque agradaram aos fãs, como é o caso da nossa Lázaro particular, Jean Grey. 

Temos também Elektra, que seu criador, Frank Miller, ele mesmo, a matou algum tempo depois de trazê-la à vida. Porém, Miller tornou a ninja tão espetacularmente carismática que não foi possível deixá-la descansando em paz e ela já voltou há muito tempo, mas ela e Murdock não reataram, o relacionamento ficou morto. 

Outros personagens tiveram mortes e ressurreições, como Arqueiro Verde, Dana Troy, até mesmo Batman, Cavaleiro da Lua, o famigerado Jason Todd. Mesmo alguns secundários, como Gwen Stacy, que parecia morta de vez, deu um jeito de retornar, mas, desta vez, como uma Gwen de um universo paralelo, que se tornou a Spider Gwen. 

Talvez o único personagem que tenha morrido e permanecido no túmulo seja o Capitão Marvel, que morreu de câncer em uma graphic novel lá nos anos 80. Tivemos um substituto, que é uma forma usual de retorno de alguns, mas, muito desses substitutos acabam tendo que ceder o lugar para os originais que voltam sem a menor cerimônia. 

Enquanto Jesus cristo morreu e ressuscitou em três dias, muitos desses queridos personagens morrem e voltam e três edições. E, estamos lá para recebê-los! 



Comentários

  1. A morte do Barry Allen também me impactou bastante quando saiu no Brasil. Foi "bonita" a forma como ele se sacrificou para tentar salvar os universos...

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  2. Eu não sou um leitor das antigas, mas com certeza deve ter sido bem impactante esses eventos.

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  3. O que me impactou foi a morte de Gwen Stacy...eu chorei. Eu era uma criança e ela minha namorada porque eu era o Homem-Aranha.

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